Proposta de Weintraub para contratação de docentes via CLT divide especialistas

Ministro voltou a defender sistema e a criticar docentes de universidades federais

RIO- Depois do anúncio de uma série de contingenciamentos nos repasses para as universidades federais este ano e uma perda de 9% no orçamento previsto para a Educação em 2020, o ministro Abraham Weintraub divulgou esta semana planos de contratar professores do ensino superior pelo regime CLT de forma a sanar os problemas financeiros do MEC .

Nesta quinta, ele voltou a defender a ideia e afirmou que os docentes pesam nas finanças das universidades . Mas, ao contrário do que havia sugerido anteriormente, afirmou que as contratações serão feitas por concurso.

O GLOBO ouviu especialistas para comentar a proposta do ministro de mudar o modelo do Regime Jurídico Único (RJU), que garante estabilidade à carreira, para o celetista.

— (A contratação por CLT)Já acontece nos hospitais. Tem estabilidade, passa por concurso e recebe mais do que no regime de servidor. Do jeito que o orçamento está travado, ficaremos sem contratar. O Future-se (programa do MEC para financiamento de universidades) cria um instrumento para aumentar a contratação de professores via CLT com concurso público. Mas tudo isso passa pelo Congresso — afirmou Weintraub após o 21º Fórum Nacional de Educação Superior Particular(Fnesp).

A proposta não é um consenso na área, e estudiosos ponderam que é preciso cuidado com a mudança. Os pesquisadores citam exemplos de universidades americanas e europeias para argumentar que algum nível de estabilidade é importante para o desenvolvimento das instituições.

Fonte: O Globo